Lava-Jato - Relator da Lava Jato no STF vai decidir sobre pedidos do
procurador-geral Rodrigo Janot para abertura de investigações baseadas em
delações da Odebrecht
Por Da Redação
O
ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (José Cruz/Agência
Brasil)
Os 83 pedidos de abertura de inquérito
contra políticos com
prerrogativa de foro começaram a chegar nesta segunda-feira ao gabinete do
ministro Edson Fachin,
do Supremo
Tribunal Federal (STF), segundo
a assessoria da Corte, uma semana depois de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
encaminhar os pedidos.
Agora cabe a Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo, decidir se autoriza a abertura dos
inquéritos e outras medidas, como mandados de busca e apreensão, assim como
requerimentos de levantamento de sigilo das delações feitas por executivos e
ex-executivos da Odebrecht em delação premiada, que foram a base dos pedidos
feitos por Janot.
Não está claro
se as decisões do ministro sobre os pedidos de Janot serão divulgadas caso a
caso ou se haverá divulgações por blocos ou mesmo de todos os pedidos
conjuntamente. Na semana passada, a Procuradoria-Geral da República
informou que foram enviados 320 pedidos ao Supremo relacionados aos acordos de
delação premiada da Odebrecht.
Além dos 83 pedidos de abertura de
inquérito que tratam de
casos envolvendo pessoas com direito a ser julgadas no Supremo – parlamentares,
ministros de Estado e presidente da República -, foram solicitados 211
declínios de competência para outras instâncias da Justiça, sete pedidos de
arquivamento e dezenove pedidos de “outras providências”.
Em trechos de depoimentos vazados até agora, já foram
citados pelos delatores ligados à empreiteira deputados, senadores,
governadores e ministros do governo do presidente Michel Temer.
Entre os alvos estão os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Gilberto
Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicações), Aloysio
Nunes (Relações Exteriores), Bruno
Araújo (Cidades) e Marcos Pereira (Indústria, Comércio e Serviços), além dos presidentes
da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
e do Senado, Eunício
Oliveira (PMDB-CE).
Parlamentares aliados ao governo também foram citados,
caso dos senadores tucanos Aécio Neves (MG) e José Serra (SP), e do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), do líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR),
e do senador Edison Lobão (PMDB-MA). Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff também teriam sido mencionados.
Na lista estariam também governadores, como Luiz
Fernando Pezão (PMDB), do Rio de
Janeiro, o paulista Geraldo Alckmin (PSDB) e o governador de Minas Gerais, Fernando
Pimentel (PT).
Os citados
vêm negando que tenham praticado irregularidades.
“Insana corrupção”
Em cerimônia de devolução de 250 milhões de reais
repatriados de esquema de cobrança de propina que envolvia o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB),
no Rio de Janeiro nesta tarde, Janot disse que a corrupção que permeia o país
será enfrentada com as instituições funcionando. “Há uma insana corrupção
que assola o Rio e o Brasil como um todo. A reação a isso será através da
institucionalidade”, afirmou.
(Com
Reuters)
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